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Residências para artistas é uma situação algo familiar para o imaginário brasileiro, não através dessa prática - temos poucos programas de residência auto-geridos ou institucionais - mas através da imagem.
Penso em Hans Staden, cuja obra interfere nitidamente na constituição de uma “imagem de brasil”; nos artistas viajantes e suas imagens do país europeizado; nos artistas que vieram em grupo, introduziram a academia e formaram a primeira “instituição artística” no país; em Anita Malfatti, que viveu transformações em sua pintura e meio local por conta da sua relação com a pintura européia de veio expressionista; em Hélio Oiticica, que formulou questões totalmente novas em sua trajetória quando morou em Nova Iorque (p.ex: quase-cinema); as realizações destes e outros deslocamentos são muitas e influem decididamente nas obras produzidas aqui ou por artistas oriundos daqui, em outro lugar. Influem aqui e lá.
Este encontro visa reunir pessoas ligadas à prática de residências artísticas, tendo como foco os programas de auto-gestão. É intrigante o crescente interesse geral em relação a estes programas e pensamos numa programação que possibilite aos participantes o conhecimento da dinâmica de trabalho destes e a discussão de suas características, o relato de artistas e críticos que foram residentes, as ligações dos programas com outros espaços da cidade, a institucionalização das residências, as ligações existentes e as possibilidades de cooperação entre os programas, e, ainda, a apresentação de alguns aspectos de São Paulo ligados à gestão e relação com o espaço da cidade.
Propomos um "meio" de conversa, pois existem contatos já estabelecidos entre os programas convidados. Um momento de reconhecimento e reflexão que possa proporcionar visões mais críticas sobre essa prática comum.
Viajar, residir, pesquisar, produzir e expor fora de seu lugar habitual tornou-se uma constante para artistas contemporâneos. Os programas de residência são uma das possibilidades dessa constante. Os perfis dos programas são variados, pois acompanham as peculiaridades do lugar que se propõe a oferecê-la. Essa riqueza dará o tom de nossa conversa.
Se, após essa semana de diálogo, for de interesse comum, esse projeto pretende ser um facilitador contínuo das propostas de colaboração oriundas deste encontro.
À disposição,
Wallace Masuko
Coordenador do Projeto e Encontro - CCESP
55 11 3822 2627
55 11 7227 1854
Wallace V. Masuko é artista visual. Atualmente tem trabalhado na realização deste encontro, em seu mestrado (uma versão em português das caixas de 1914, verde e branca de Marcel Duchamp) e nas disposições: MON, ÉCHAFAUD e KRATZER.
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